quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Biografia de B.P.



Robert Stephenson Smyth Baden-Powell (B.P.), nasceu em Londres a 22 de Fevereiro de 1857.Morreu-lhe o pai aos três anos de idade ficando a mãe com sete filhos com menos de catorze anos, enfrentando sérias dificuldades, sempre superadas pelo amor e união familiar.





Esta influência da mãe foi fundamental em toda a vida de B.P. pois foi ela que lhe incutiu sólidos princípios e acentuada religiosidade.

Aos oito anos entrou para a escola primária onde estudou até aos onze anos.Inscreveu-se num concurso para obter uma bolsa de estudos numa escola pública e trabalhando duramente conseguiu ganhar não uma, mas duas bolsas. Optou pela Escola de Cartuxa, em Londres, onde entrou em 1870.

Na sua infância B.P. beneficiou das excursões e acampamentos organizados pelo irmão mais velho, aprendendo a manobrar um barco, a cozinhar e a obedecer a ordens com rapidez e bons modos. Nestas expedições por todo o país e mares vizinhos, B.P. aprendeu as regras da exploração e da vida ao ar livre.

Na Escola não foi um aluno famoso mas sempre se empenhou profundamente em todas as actividades desenvolvidas, tornando-se muito popular . Ficou famoso pelo seu jeito para o teatro, pela sua habilidade de guarda-redes e pelos seus dotes para a música e o desenho (tocava e pintava com ambas as mãos).

Escapava-se frequentemente para uma mata que rodeava a Escola (e que estava interdita aos alunos) onde observava os animais e lhes seguia o rasto, fazia uns churrascos (em fogueiras sem fumo) e desenvolveu as suas habilidades na construção de abrigos e de armadilhas assim como no manejo do machado.

Estas experiências foram-lhe mais tarde muito úteis na sua vida militar. Aos dezanove anos terminou os estudos na Cartuxa e não conseguindo entrar para a Universidade de Oxford, concorreu a um concurso para aspirantes do exército. Ficou em segundo lugar entre os setecentos candidatos. A sua boa classificação fê-lo receber imediatamente a patente de alferes do 13º Regimento de Hussardos , então colocado na Índia, na Guerra da Crimeia. De tal forma prestou excelentes serviços militares que aos vinte e seis anos já era capitão. Ganhou prémios de desporto e na caçada ao javali ( montaria arriscada que exigia perspicácia e perícia). Era perito em exploração e espionagem.

Conseguiu ainda contrariar a tendência para os grandes luxos e grandezas dos oficiais ingleses. Empenhou-se em cortar com todas as despesas inúteis: deixou de fumar, reduziu a bebida e recusou ter criados.

Tal como na Escola, sempre que podia vagueava sozinho, observando os animais e aprendendo-lhes os costumes. Continuava o mesmo animador e bom camarada; não perdia a oportunidade de cantar, pintar o que o rodeava, ou de entrar numa peça teatral.

Seguiu-se África, onde B.P. entrou em contacto com os Zulos. Começou então a recolher informações secretas, disfarçado de jornalista. Dada a sua coragem e bravura como explorador, os indígenas deram-lhe o nome de Impisa, que significa “lobo que não dorme”.

Fez depois serviço em Malta e foi nomeado Oficial de Informações para o Mediterrâneo, o que lhe deu mais experiência como espião.

De seguida foi escolhido para uma missão especial que o obrigou a uma marcha de cerca de cento e cinquenta milhas através de densos bosques e florestas e a atravessar vários rios.
Desenvolveu assim as técnicas de exploração e pioneirismo, aprendendo a construir pontes. Foi aí que ouviu aquele que viria a ser o seu ditado preferido:”devagar, devagarinho se apanha o macaco”; usou-o muitas vezes, pensando bem antes de se precipitar.

As suas promoções eram quase automáticas: aos quarenta e dois anos já era coronel. Nas suas expedições era extremamente bem sucedido e desenhava mapas absolutamente correctos. A sua realização mais importante foi nos métodos de treino: dividia os homens em pequenas unidades e aqueles que melhor desempenhassem os seus deveres tinham o privilégio de usar uma insígnia especial.

É depois chamado de novo a África onde os ingleses enfrentam os “boers”. É durante o cerco de Mafeking que B.P. tem a sua maior glória: com apenas oitocentos homens consegue defender a cidade, durante sete meses, contra um exército bóer de dez mil homens. Foi graças ao seu espírito de iniciativa e de desenrasca que a cidade não foi tomada.

Organizou os rapazes da cidade num corpo de mensageiros e admirou-se com o seu empenho e capacidade de levar a bom termo as tarefas que lhes foram confiadas. Inventa mil truques impossíveis para exasperar o inimigo. De noite grita ordens falsas com um megafone de lata. Consegue matar a fome à sua gente inventando mil maneiras de utilizar e fazer render os alimentos.

Incute em todos a liberdade de tomar a iniciativa:”não tenhais medo de agir com receio de falhar. Quem nunca falha, nunca fez nada.” O entusiasmo de Londres pela libertação de Mafeking é indescritível. B.P. torna-se aos quarenta e três anos o mais jovem major general do exército britânico. De regresso a Inglaterra em 1901, B.P. verifica que o seu livro “Aids to Scouting” estava a ser usado como livro de texto em muitas escolas e que grupos de rapazes se reuniam para praticar sugestões nele contidas. B.P. viu nisto a sua grande oportunidade para ajudar os rapazes de Inglaterra a tornarem-se jovens fortes e sadios.

Amadurece nele a ideia do escutismo. Em 1907 vai com vinte rapazes para a ilha de Browsea, onde montam um acampamento. Os jovens aprendem a competir com verdadeiro espírito desportivo, a cozinhar ao ar livre, a seguir e explorar uma pista…

B.P. ordena os seus apontamentos e surge o “Escutismo para Rapazes”, em seis fascículos. Mais tarde serão compilados num livro único de enorme tiragem e sucesso.

Por toda a Inglaterra começam a surgir numerosos grupos de Escuteiros e a semente ultrapassa as fronteiras Em 1910 o Movimento toma já tais proporções que B.P. compreende que o Escutismo vai ser a obra da sua vida. Deixa o exército e dedica-se a tempo inteiro ao Escutismo, viajando pelo mundo, incentivando o Movimento e organizando associações.

Lança a ideia dos encontros de Escuteiros a nível mundial com o nome de Jamborees. O primeiro Jamboree foi em Londres em 1920; estiveram presentes doze mil Escuteiros. Na última noite deste encontro B.P. foi aclamado “Chefe Mundial do Escutismo”.

O Escutismo difunde-se por todo o mundo. Entretanto, com a sua mulher, sua melhor colaboradora e chefe das Guias (Escuteiras), B. P. continua a viajar pelo Mundo, incentivando o Movimento, reunindo-se (e correspondendo-se) com os Chefes Escuteiros.

Escreve também mais artigos e livros ilustrados por ele e dedicados ao Movimento. B.P. recebeu condecorações de muitas nações (entre elas de Portugal) e em 1929 o rei Jorge V atribui-lhe o título de Lord, pela sua dedicação à causa da juventude.

Já com oitenta anos volta a África onde morre passados três anos, a 8 de Janeiro de 1941, no Quénia.

Sem comentários: